The Last of Us Part II Remastered é a versão repleta de melhorias, novos modos, informações de bastidores e demais recursos do jogo, anteriormente lançado em 2020, no PS4. Com o avanço tecnológico e a chegada do potencial gráfico fornecido pelo PS5, a Naughty Dog optou pela versão remastered, gerando reações “acaloradas” entre jogadores, sobre a real necessidade deste lançamento e a cobrança, mesmo simbólica, pelo conteúdo fornecido.

Antes de mais nada, sabemos que o universo de The Last of Us não se restringe mais aos jogadores, com o sucesso da série da HBO aumentando ainda mais o interesse do público sobre o destino e a jornada de Ellie e Joel. Do mesmo modo, em seu lançamento no ano de 2020, The Last of Us part II esteve envolto em polêmicas, onde certos elementos narrativos são agradaram aos aficionados fãs do jogo anterior.  Nesse sentido, The Last of Us Part II Remastered é uma versão necessária ou apenas um conteúdo que sequer faria diferença caso não existisse? Nossa análise terá como foco as novidades, recursos visuais e nos novos modos, pois possuímos análise anterior e a mesma encontra-se aqui.

Amor e ódio: Um jogo aclamado e questionado

Quando The Last of Us Part II estreou, esteve envolto em vazamentos e criou-se uma expectiva entre jogadores além do imaginado. Logo, críticos e boa parte do público elogiaram o título, apesar de eventuais “falhas”. Analogamente, para aqueles que estão jogando o título pela primeira vez, continuamos a saga de Ellie e Joel, com Ellie muito mais “madura” e um Joel mais “cansado” e envelhecido. Agora vivendo sob a proteção de uma sociedade organizada, os dois possuem diferenças e o velho senso de desconfiança e temor. Semelhantemente, o título envolve temas pesados como vingança, perdão, em uma experiência emocionalmente tensa e humana.

Acima de tudo, a descrição acima é curta e básica, sem entrar em méritos ou spoilers. É o essencial que você precisa entender antes de jogar. Indico até mesmo, que aproveite o primeiro jogo, para uma real dimensão sobre os personagens e seu passado, caso o processo narrativo seja essencial no jogo dentro de sua experiência. Similarmente, com The Last of Us Part II, jogadores enfrentam combates intensos, o uso opcional, porém essencial, de furtividade e a exploração máxima em busca de recursos que aprimoram nossas táticas ofensivas. Tal qual, é um jogo que mexe com o psicológico de jogadores, lidando com a tomada de decisões difíceis. Notoriamente, tornou-se referência no mundo dos jogos proporcionando uma experiência mais madura e emocionalmente complexa, influenciando na forma como muitas histórias surgiram no mercado de jogos ao longo dos anos.

Review: The Last of Us Part II Remastered

Melhorias notáveis e significativas

No quesito técnico, The Last of Us Part II Remastered realmente impressiona. Os gráficos estão melhores, com notáveis implementações no setor de texturas, sombras, animações, além de tempo de carregamentos reduzidos. Além disso, a resposta tátil no DualSense proporciona uma experiência muito mais imersiva, perceptível durante a gameplay.

O que já era excelente, tornou-se excepcional. Estão inclusos desde atualizações visuais mais detalhadas, passando pelas mais sutis nas ambientações. Como resultado, o bioma montanhoso, a neve, a chuva, um raio de sol, tudo cria um contraste denso e vibrante na estética de mundo, sempre envolto em toques de tonalidade, como uma espécie de filtro. O resultado, é uma aparência mais realista, refletindo algo bem mais próximo do mundo real e adicionam uma atmosfera nova e envolvente.

Entre as opções gráficas, o modo renderização libera as opções: fidelidade e desempenho. Em fidelidade, priorizamos a resolução em vez das taxas de quadros, optamos pela renderização e saída em 4K e 30 FPS. Já em desempenho, a resolução e a taxa de quadros são balanceadas, com a renderização em 1440p, saída com resolução ampliada de 4k e 60 FPS. Quando paro para pensar em minha experiência prévia no título de 2020, comparando com a experiência visual atual, percebo o quanto a Naughty Dog poderia ter realizado caso o console da nova geração já existisse na época.

A grande novidade: “Sem Volta”.

Não sou fã de jogos roguelike. Geralmente envoltos em graus de dificuldade elevados, são desafiadores e únicos, dentro de uma proposta randomizada. No entanto, quaisquer novidades sobre o mundo de The Last of Us são bem-vindas, ainda mais após o cancelamento do multiplayer e ausência da confirmação de The Last of Us Part III. Após algumas horas testando o novo modo, verifiquei que o mesmo é sim acessível para jogadores eventuais, liberando diversos graus de dificuldade. Obviamente, quanto mais elevada a dificuldade, maiores são as chances de um “bônus” superior.

Mesclando entre os mais diversos cenários, o modo “Sem volta” proporciona experiência simples: Sobreviva. São “ondas” de inimigos, dos mais variados (humanos e clickers), em um mundo já conhecido e personagens igualmente notórios, como Ellie, Dina, Jesse, Tommy, Joel, Abby, Lev, Yara, Mel e Manny. Indico que faça a campanha antes de jogar, no entanto, é acessível caso queira apenas acessá-lo e verificar o novo modo como um puro “roguelike” desafiador. Igualmente, cada personagem selecionado possui atributos próprios e um estilo de jogo único.

No quadro contendo fotos interligadas por uma linha, optamos por cenários como Jackson, o posto, estação de tv, terminal de cargas e outros . Em cada cenário, um descritivo sobre o tipo de confronto, a facção inimiga, a forma como os inimigos começam, o multiplicador de pontuação e os tipos de recompensas ganhos. Bem como, os modificadores englobam regras e mecânicas especiais, alterando a forma de gameplay e são desbloqueados concluindo desafios propostos.

Review: The Last of Us Part II Remastered

Ataque e desempenho

No modo ataque, nosso objetivo é vencer as ondas de inimigos, dispostas em etapas, sempre finalizados com a liberação de um baú com itens adicionais para o jogador. No próprio cenário, diversos coletáveis ajudam na produção de molotov, kit médico e demais itens disponíveis. A tática utilizada depende do estilo de jogo do jogador. Em casos de furtividade, o uso do cenário é essencial. Na abordagem direta, a escolha de armas é a alma da sobrevivência, adquiridas com moedas ou dropadas por inimigos durante o processo no modo roguelike.

A cada finalização do confronto, estatísticas de desempenho surgem em tela, adicionando pontos conforme o tempo de conclusão, a quantidade de danos sofridos e a precisão. O ganho de moedas também adiciona possibilidades, gastas no esconderijo no posto do comércio (armário) usando moedas para a aquisição de armas, itens e receitas de fabricação. Tais itens mudam toda vez que retornamos para o esconderijo. No mesmo esconderijo, a famosa bancada de ajustes retorna, onde efetuamos melhorias em armas para o próximo confronto. Algo já conhecido entre os jogadores de The last of Us.

O modo vale a pena? Sim. Confesso que temores sobre a sensação constante de fracasso e demais desafios inclusos em um roguelike dissiparam-se conforma jogava o novo modo, garantindo minha diversão por algumas horas. No entanto, trata-se de um modo limitado, que pode ocasionar a velha sensação de repetição após um longo período dedicado. O apreço e a permanência dependerá única e exclusivamente dos desafios propostos e de sua “sede” por superação. Nisso, “Sem Volta” certamente te desafiará nos níveis de dificuldade mais elevados.

Demais adições em The Last of Us Part II Remastered

O modo “Performance com Violão” não possui objetivos ou limite de tempo. É um modo livre, para teste de instrumentos musicais, personagens e demais efeitos de violão. É uma excelente experiência para todos que curtiram os momentos de Ellie e Joel no violão, e garantem bons clips musicais conforme você aprende como tocar músicas conhecidas dentro do jogo.

Além das adições de destaque, fases perdidas estão inclusas no jogo, com versões anteriores das fases cortadas durante o desenvolvimento do jogo original, todas em estado pré-alfa inacabadas. Recomendo que entre nesta opção apenas se conclui o jogo original por conter spoilers. Por fim, não menos importante, outras opções como “nos bastidores” , inserindo trailer e podcast, além de “comentário” , habilitando comentário e áudio descritivo nas cenas.

Review: The Last of Us Part II Remastered

Vale a Pena Jogar The Last of Us Part II Remastered?

The Last of Us Part II Remastered potencializa o existente como referência e primor de desenvolvimento, aumentando ainda mais a sensação de frescor, em uma obra que permanece ímpar. Cada processo, cada experiência, cada ação, todas as escaldas de emoção, todo processo de raiva e superação que engajam e impulsionam a nós jogadores, seja pela história principal e agora no novo modo sem volta, demonstra que o título permanece forte como deveria.

Em suma, em minha biblioteca de jogos, The Last of Us Part II Remastered , destaca-se ao lado do jogo original em sua versão PS4 como um dos melhores títulos do PlayStation, repleta de choros, emoções contraditórias, níveis elevados de adrenalina e superação. Não é apenas “mais do mesmo”, é muito melhor que o esperado. Permanece fiel a sua essência, em um pacote novo e definitivamente, notável.

Uma key foi concedida pela PlayStation Brasil para o teste do jogo no PS5.

Nota
Geral
9.5
the-last-of-us-part-ii-remasteredThe Last Of Us Part II Remastered mistura elementos conhecidos pela maioria e agrega o fator novidade com o novo modo roguelike e as demais adições gráficas. É uma experiência enriquecedora recontextualizada, cujas camadas adicionais somente aumentam o primor efetuado nos jogos da Naughty Dog. É a exposição de melhorias e expansão de universo em seu esplendor. O resultado: uma versão, emocionante e de tirar o fôlego.