Se a Capcom tivesse usado outra franquia com dinossauros, uma que ela mesma criou, talvez os resultados fossem diferentes, mas a indústria passa por uma mudança de terreno.

E claro que isso não significa que é verdade, mas é o que se comenta quando o assunto é vídeo game. Nos últimos anos muitos jogos single player surgiram, e com eles a boa e velha acomodação, entenda, falo isso apenas como um consumidor e admirador da mídia vídeo game.

Os profissionais devem ter uma opinião diferente do assunto, e seria muito bom que eles nos falassem um dia. Mas voltando, Exoprimal não é o jogo mais chato de todos, mas também não é o mais interessante.

Ler isso de cara pode parecer estranho, mas tentarei explicar, para que fique o mais claro possível. Exoprimal é a empreitada da Capcom, um jogo multiplayer com foco em partidas entre os jogadores. Eis aqui uma das experiências mais amargas do ano.

Exoprimal
Que saudades de Dino Crisis…

Querida, cheguei!

Eu queria terminar o ano falando apenas bem da Capcom, já que ela lançou o meu jogo favorito do ano, o maravilhoso remake de Resident Evil 4.

E não me entendam mal, alguém em algum lugar, irá dizer que Exoprimal é um excelente jogo. Irá sentar na frente de sua TV e jogar com amigos ou desconhecidos, aproveitar as temporadas e novidades que irão surgir.

Entretanto, eu iria achar o gosto dessa pessoa um pouco estranho, há infinitos outros jogos multiplayer que são melhores. Não melhores só para a minha pessoa, mas como produto, que divertem mais, seja nos consoles ou PC.

Para citar por cima, colocaria qualquer um da Nintendo ou os clássico League of Legends e World of Warcraft. Mas vamos lá, Exoprimal…

Você disse “inteligência artificial”?

O jogo desenvolvido pela Capcom não esconde o seu objetivo, ser o farmador de público da empresa, que público é esse, eu não sei.

Mas ele é focado em modos de partidas entre jogadores, e aqui está o primeiro grande desgosto da obra. É obrigatório ter conexão com a internet, e para os usuários de PlayStation, caso não tenham assinatura da Plus, terão que assinar.

Sem os fatores mencionados acima o jogo sequer sai da  tela inicial. Se isso não é motivo para afastar metade (ou mais) do público, não sei o que faria, e o pior, o jogo conta com um modo “história”.

Escrevo entre aspas, pois é algo tão desinteressante, tão apagado e deixado de lado, que nem parece que veio da empresa que fez Devil May Cry, por exemplo.

E já que é para criar um jogo com propósito de partidas onde os objetivos são qualquer coisa, menos criativos, que faça isso sem fingir que há algo mais. Ora, ao começar o jogo, temos a apresentação de nossa equipe, que irá nos acompanhar durante a “campanha”.

Após um acidente, nosso protagonista deixa a nave, e descobre um local destruído, no meio do nada. Logo ele irá conhecer o vilão do jogo, Leviatan, IA que  possui um obscuro objetivo, usar os humanos como seus servos.

Leviatan deseja e vai obrigar os jogadores a lutarem contra os dinossauros, em cada partida, ele usa os dados de combate para aprender sobre os animais pré-históricos.

Exoprimal e os modos de combate.

A parte principal do jogo, como já disse, é o que vai chamar atenção dos players. Para ser mais direto, o jogo possui modos que apresentam diferenças, e que podem ser a parte mais divertida da obra.

Se você leu até aqui o meu texto, pode parecer difícil acreditar, mas eu me diverti jogando Exoprimal. Tudo bem, a diversão acabou mais rápido que um saco de suspiro, mas foi o suficiente para entender o que me afastou do jogo. Mas primeiro vamos aos modos.

Temos o modo que consiste em realizar um número x de objetivos, a equipe que concluir primeiro, vence. É simples, mas usando os trajes cibernéticos, a diversão pode ser encontrada, são muitos estilos de combate.

Nisso Exoprimal acerta, a variedade de bonecos é boa, lembrando que essa é a primeira temporada do jogo. Temos bonecos de suporte, de ataque à distância, combate corpo-a-corpo, tankers etc. Durante o beta teste, fizemos uma cobertura, você pode adquirir maiores informações aqui.

Em um ouro modo, iremos passar pelas mesmas fases iniciais, para na última, focarmos em proteger uma caixa de dados. Tal caixa pode ser destruída pela equipe inimiga, e aqui começa a insanidade de Exoprimal, durante a escolta, tudo e todos tentarão atrapalhar.

A equipe inimiga irá deixar alguns aliados próximos da própria caixa, e outros irão partir para eliminar os rivais. Nesse modo, prevalecerá quem for melhor no combate, pois para que a caixa avance até o objetivo, deve ter pelo menos um jogador próximo.

Nos dois modos é possível adquirir dados de dinossauro e enviá-los contra a equipe, é uma das táticas mais fortes.

Exoprimal tenta, mas não engana…

Seria muito pedir para que Exoprimal tivesse pelo menos uma campanha afastada do modo on-line? Sim, há uma história a ser contada, de como os personagens irão fazer para parar a IA Leviatan.

Mas ela acontece entre uma partida e outra, e por mais que envolva viagem no tempo, um vilão cruel, mas que é chato até o osso (ou pixel). Fora que absolutamente nenhum personagem é interessante, todos são bem clichês e trazem a profundidade de um pires.

E é compreensível, já que o foco não é esse, mas seria aceitável que eles fingissem direto. No fim das contas, o jogo traz um modo que diverte, mas não por muito tempo, que tenta entregar uma história e falha. Creio que a única forma dele se sair bem depois do seu lançamento, será trazer parcerias de outras franquias.

Posso pensar de cara que, assim como em Monster Hunter World, a aparição de Aloy de Horizon Zero Dawn, traria jogadores curiosos. Ou até mesmo personagens da própria empresa, Leon, Jill, Chris etc.

Caso você não se importe de ter um jogo com objetivos mínimos, junte seus amigos e se divirta, será ótimo para jogar enquanto mantém um bom papo furado com os demais.

Esta análise foi feita com base em uma cópia cedida pela Capcom, agradecemos por mais uma vez acreditar em nossa equipe.

Nota
Geral
6.5
exoprimalVamos esperar que isso seja apenas um momento entre a produção do remake de Dino Crisis...