Em 2006 chegava aos consoles da época a sequência do famoso jogo em que controlávamos um alienígena com a missão de exterminar a raça humana, em um mundo aberto e história escatológica, o game teve sua marca na indústria.

Agora, podemos rejogar (ou experimentar pela primeira vez) a missão do pequeno ser cinza, em um jogo que quase passa dos limites quando o assunto é fazer pouco caso de quase tudo.

Cypto, o alienígena insano

Ao iniciarmos o game, teremos uma breve cinemática para apresentar o principal tema do jogo, em uma base da KGB os russos descobrem que o alien de dez anos atrás conseguiu usar sua habilidade de clonagem e se infiltrar na terra, vivendo uma vida de regalias enquanto engana os americanos ao se passar pelo presidente.

Em comparação com a versão original, tudo, absolutamente tudo sofreu uma boa repaginada, e nada é sequer o mesmo, desde a roupa do protagonista, até mesmo as armas.

Quando o jogo de fato começa, entramos em combate com os agentes russos, em uma sequência bastante divertida e caótica (no bom sentido da palavra), os destroços da nave de Pox, caindo enquanto damos cabo dos inimigos, tudo funciona como um filme da década de 90, daqueles bem loucos.

O jogo vai funcionar como um GTA da vida, ou até mesmo um Saints Row (mas apenas em atmosfera, em termos de liberdade ele é bastante atrasado), onde poderemos realizar as mais absurdas missões junto do visitante espacial, é um mapa relativamente grande, mas são divididos por áreas que só são alcançadas com nave.

Não é muito vivo em relação ao que devemos fazer, e quando estamos em missão ele irá nos punir caso uma distância significativa seja colocada da área principal, isso frustra, em um jogo frenético como esse, lugares limitados não cabe mais, é uma escolha retrógrada.

Crypto será guiado por Pox, outro alien que conseguiu copiar sua mente para uma espécie de computador portátil, ele nos dará os principais objetivos da campanha.

O jogo se diferencia de seu original em muitos aspectos, mas um dos mais notáveis é de fato o ambiente, o anterior era muito simples, o novo possui mais vida, construções mais detalhadas e modelos bem trabalhados.

Porém, são bastantes caricatos, a ponto de soar ridiculamente engraçados, os russos com aqueles clichês ditos em filmes de comédia e os hippies com as aparências mais espalhafatosas do que tudo.

A campanha é curta, e pode ser terminada em até sete horas, o que é curto para os dias de hoje.

O jogo possui missões bem divertidas e que vão realizar “brincadeiras” com quase todo tipo de assunto, inclusive com a obra em si, uma das habilidades de Cypto é a possessão de corpos humanos, se caso o modelo que estivermos, passar na frente de outro igual, ele automaticamente vai achar estranho, uma forma de caçoar da limitação.

Arsenal inusitado

Para iniciarmos nosso plano de contra-ataque aos russos, teremos a boa e velha arma de raios, que além de poder pulverizar mais de um inimigo ao mesmo tempo, tem carga longa e infinita, é a principal arma do alienígena, provavelmente a que mais será usada nos combates.

Mas ao avançarmos no jogo, mais armas serão liberadas, desde lançadores de bolas de fogo, até uma que faz chover fogo, e claro que o remake não deixaria de lado a infame sonda anal, uma arma que faz qualquer um temer uma invasão de et’s.

As armas poderão ser melhoradas com as recompensas das missões, como elas são limitadas, será possível reciclar os pontos caso deseje, para investir em outra habilidade ou armamento, mas os recursos para isso são limitados também, melhor escolher com cuidado cada melhoria.

Além das armas que poderemos usar em solo, teremos também o arsenal ligado diretamente a nave de Crypto, um poderoso disco voador que não serve apenas para abduzir vacas, mas para tocar o terror na cidade.

Há o raio queimador, sua arma principal, além de munições que geram campos antigravidade, ondas de impacto, raios que abduzem e outros que jogam sem dó os objetos no solo.

A nave pode ser melhorada para que se torne cada vez mais mortal, e será usada em missões divertidas pela campanha, achei uma das partes mais divertidas do gameplay.

Mas o que faz o combate extremamente desfavorável para os humanos, é justamente as habilidades mentais do alien, já que estamos no controle de uma espécie evoluída.

É uma mais útil que a outra, podemos arrancar os cérebros dos humanos, o que servirá para trocar por melhorias, possuir seus corpos, fazer com que lutem ao nosso favor, pedir informação etc.

São habilidades que tornam o combate mais fluido e com diversas possibilidades, mesmo que não seja em missões principais, apenas coletando conquistas ou realizando objetivos secundários.

Uma diversão questionável

O jogo é bastante divertido, e mesmo tendo um tom ácido em sua narrativa, ele vai ser capaz invocar boas gargalhadas em sua totalidade, isso porque o personagem que controlamos possui certo carisma, mas seu jeito turrão é batido e possivelmente poderá desagradar alguns jogadores.

Quando jogamos jogos como GTA, que não deixa escondido sua intenção de ser o mais agressivo possível, isso em relação todos os assuntos, temos que filtrar o que será posta em tela (desde que não seja nada contra a lei, que fique claro), e Destroy All Humans faz isso muito bem, Crypto descobriu que agir como um humano livre é o que ele deseja.

Isso inclui desde enganar uma nação inteira, aniquilar quem quer que esteja em seu caminho, tudo isso enquanto manda um ar totalmente intragável, principalmente com os seus comentários sujos sobre quase todo mundo.

E creio que isso tenha sido proposital para mostrar como certas atitudes são absurdas, mas o tom não é de conscientização, por mais que seja um vídeo game, hoje em dia é complicado agir e por algo assim nos jogos.

A cultura pop ganha aqui bastante destaque, são diversas referências sobre filmes, séries, músicas etc.

Indo de Matrix, passando por animes e cultura japonesa em geral, até mesmo Tarantino, em um momento engraçado de Ninjas que cultuam um diretor de outra nacionalidade.

A era em que o game se passa é onde os hippies estão nas ruas lutando por suas causas, enquanto a rivalidade de Estados Unidos e Rússia é um dos pontos fortes da trama.

Os inimigos são basicamente a KGB, o que deixa a jornada repetitiva conforme as missões vão passando. Até mesmo um dos personagens que ajudam o jogador é caricato e nada original, e isso se aplica aos vilõe


s, quando apenas um deles é de fato muito único, mas não por ser original, mas pelo personagem marcante que ele é.

Problemas de outro planeta

Apesar de divertido, e ter uma jogabilidade muito boa, o game passa por problemas que resultam em uma frustração tremenda, a versão usada para essa análise foi a de Playstation 5, e para uma versão feita teoricamente para a nova geração, decepciona.

Quando há muita atividade em tela o jogo tem uma queda de fps tremenda, ficando quase impossível de distinguir o que está acontecendo, e isso ocorre com certa frequência, já que em combates muitas partículas brotam pelo cenário.

Bugs de cenário, bugs com os companheiros de missão, esses os mais chatos, por vezes eles não vão se mexer, e absolutamente nada que você faça vai mudar isso, exceto reiniciar a missão.

E quando não é isso, é a câmera que te impede de mirar nos inimigos.

Mas o maior e mais absurdo de todos os problemas da versão é o salvamento, iniciei o jogo e fui até boa parte da campanha principal, aparecendo o símbolo de salvando, fiz o normal e encerrei a jogatina por ali.

Mas ao ligar novamente o console, o jogo simplesmente voltou de um ponto muito distante de onde eu havia parado, e mesmo jogando tudo novamente ele ficou voltando dessa parte, isso somado com os erros que davam que simplesmente fechavam o jogo, fazendo assim ele retornar quase do começo, foi uma das piores experiências para essa obra.

Cheguei a acreditar que o problema era com meu console, mas após alguns testes, descobri que o que estava dando erro era o jogo mesmo, uma pena, pois é um game relativamente bom, mas passar por isso desanima a ponto de não querer mais retornar para ele.

Até o momento em que escrevi isso, não houve atualização e não consegui consertar o save do jogo.

Porém, caso o jogador queira testar a sorte, e ver se não terá problemas com o jogo, é uma ótima pedida para quem quer sentar-se no sofá e descontrair, por mais que ele tenha sua dose de sarcasmo bastante elevada, ainda é uma divertida aventura.

Os fãs de GTA e outros jogos que te colocam em situações insanas provavelmente irão adorar o jogo.

Essa análise foi feita com base em uma cópia cedida TQH Nordic, agradecemos pela confiança em nossa equipe.


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Nota
Geral
7.0
destroy-all-humans-2-reprobed-analiseDestroy All Humans 2: Reproped é a definição de loucura em jogos, quase passando dos limites, Crypto é um personagem muito bom (na medida do possível) nada excepcional, mas é capaz de cumprir bem sua missão.