Final de temporada traz a origem da imunidade da Ellie e mostra que o amor de Joel o fez ir até as últimas consequências.

O texto possui spoilers do último episódio de The Last of Us da HBO!

O certo e o errado não existem em The Last of Us, não é um mundo com vilões, muito menos heróis.

Apesar de parecer que Ellie seria a salvadora do mundo, tema que irá acompanhá-la na segunda temporada (caso mantenham o roteiro semelhante ao jogo), nesse episódio vemos mais uma vez sua mudança, os acontecimentos de antes de conhecer o Joel e os que ela teve já em sua companhia deixaram marcas profundas.

Se o começo a mãe de Ellie é apresentada, e entendemos como o cordyceps foi para o organismo dela, deixando seu corpo imune ao fungo, essa imunidade não a protegeu de sentir seu mundo ruir, mesmo que o mundo em que ela nasceu já tivesse desmoronado.

Anna, interpretada por Ashley Johnson (a Ellie dos jogos) entrega uma atuação impecável, junto do duro parto e o complicado pedido feito para Marlene, sua amiga. A origem da personagem que dita toda a história, é essencial para sabermos suas futuras angustias, mas deixemos isso para as próximas temporadas.

Joel e Ellie finalmente chegam ao seu destino, e uma das cenas mais lindas do jogo aparece, a interação com as girafas, além de um momento muito bonito, já foi dito pelos produtores do jogo que esse momento simboliza a fuga que Joel e Ellie tiveram que fazer de suas prisões, Joel voltou a amar e Ellie ganhou um novo companheiro.

O episódio é um dos mais curtos da temporada, mas nem por isso deixa de ser certeiro, a cena em que Joel descobre que a cirurgia irá dar cabo da vida de Ellie, e que só assim poderão fazer uma vacina, mostra apenas que o certo e o errado aqui se perderam.

O banho de sangue no hospital, os corpos de vaga-lumes e a mentira que Joel conta, são profundas e geram um desconforto no telespectador, o mundo deixou de ter sua vacina, para que um pai saísse com sua filha.

The Last of Us da HBO levou as adaptações de jogos para um novo nível, impecável em sua produção, em sua ousadia para mudar uma obra que praticamente não havia no que mexer, por sorte, Neil Druckmann e Craig Mazin provaram que a narrativa podia e foi expandida.

Nos resta aguardar ansiosos pela segunda temporada, e já podemos dizer para aqueles que não jogaram ainda, que eles não estão preparados para o que está por vir.