Um dos grandes chamarizes da geração atual de consoles é a promessa de loadings muito mais rápidos ou mesmo carregamentos quase instantâneos. Isso é um fato concretizado, em meio a performances gráficas constantemente desapontando ultimamente.

Porém, o fato de que o SSD é uma tecnologia que vai beneficiar muito mais os desenvolvedores do que jogadores é interessante de se discutir. Assets, que são os componentes gráficos e sonoros que constituem a parte sentida por nossos olhos e ouvidos, não terão necessidade de estarem com cópias espalhadas em várias áreas do pacote de jogos, pois o alcance em termos de velocidade do SSD é tão alto, que é como se você pudesse buscar algo em outra cidade de forma instantânea. Isso pode significar jogos menores em armazenamento, ou então jogos que investem seu espaço mais em assets de alta qualidade.

Um dono de PlayStation 5 não precisa se preocupar com a implementação do novo sistema de armazenamento, pois ele já está inclusivo de fábrica no console, significando que ele não precisa fazer nada para aproveitar a tecnologia. Mas como eu disse anteriormente, a qualidade de texturas está aumentando muito, justamente para atender os televisores de maior definição que 1080 linhas horizontais. O resultado disso é a necessidade de se ter um armazenamento maior caso o jogador queira um grande número de jogos AAA instalados ao mesmo tempo no mesmo console.

Os termos

Note que a tecnologia empregada nos novos consoles é do SSD NVMe. Vamos por partes: SSD significa “Solid State Drive”. As informações ficam gravadas em memórias flash, invés da antiga tecnologia dos HDD (Hard Disk Drive). Os HD’s gravavam as informações em discos literalmente, retidos por atração magnética, informações essas lidas por um braço parecido com o braço que vemos em um toca-discos.

Não precisa nem dizer que esse processo todo mecânico faz com que a velocidade seja limitadíssima e isso se faz cada vez mais severo conforme o volume de dados em aplicações de hoje em dia demandam mais assets e afins. Os NVMe’s são uma nova geração dentro dos SSD, e o termo NVMe significa Memória não-volátil expressa e a ênfase está na “expressa”. Essas pequenas plaquetas se assemelham bastante com as memórias RAM, peças essas utilizadas para reter as informações mais corriqueiras e atuais em qualquer sistema.

Logo, o armazenamento não é o local final de estadia dessas informações. Em computadores, os NVMe’s são encaixados nas placas mães que possuem suporte, e eles podem variar de altura e padrão de encaixe (assim, variando a velocidade da banda).

Velocidade de um NVMe

A velocidade de transmissão de dados de um HDD poderia alcançar até 50MB/s na prática. Um HDD trabalha com velocidade de rotação e isso gera barulho enquanto este trabalha, ao contrário de qualquer SSD.

Note que a velocidade de escrita varia em relação à velocidade de leitura em qualquer armazenamento (que basicamente são os modos em que novas informações são inseridas ou informações são retiradas deles para irem para outro local – normalmente a RAM).

Agora vamos falar da velocidade de um SSD com conexão SATA: são 520MB/s ao máximo nesses dispositivos, podendo então oferecer até 10x mais de velocidade. Note que nenhum console oficial optou por utilizar por SSD SATA, já que quando a geração nova chegou, os SSD NVMe já dominavam a conversa. Nisso, os consoles mais antigos (Xbox clássico) usam HDs clássicos, e consoles como o PlayStation 4 utilizam HDD com conexão SATA.

Então chegamos nos NVMe.

Kingston FURY Renegade PCIe 4.0 NVMe M.2 SSD

 

Estamos utilizando aqui o SSD NVMe Kingston, com 1TB de capacidade, modelo Kingston Fury Renegade. A velocidade dele chega a 7.300MB/s, deixando qualquer iteração de armazenamento anterior obsoleta.

No PlayStation 5

Portanto, para os testes estamos utilizando o Kingston Fury Renegade de 1TB no Playstation 5. Existe uma gama de NVMe indicados oficialmente pela Sony, para que sejam utilizados no aparalho, e o Fury Renegade é um deles. A instalação em sim não poderia ser mais simples: uma vez que a tampa branca do PS5 esteja aberta (a tampa que não leva a logo PS), basta tirar um parafuso da tampa de ferro que guarda o slot de NVMe e inserir o pente como um cartucho de Super NES, simples assim. É recomendado que ao topo do NVMe você parafuse para que seu armazenamento fique bastante firme lá dentro.

O Kingston Fury Renegade já vem com um sistema robusto de dissipador. Minha experiência anterior com um NVMe foi com outro modelo que não possuía um dissipador de metal, mas sim um adesivo com a capacidade apropriada de dissipar. Todavia, está aqui é a forma mais segura de manter a temperatura da peça sob controle, e não é necessário fazer nada a mais com tal modelo, a não ser que a variante escolhida seja sem o dissipador – o que não é recomendável.

Os testes

No console PlayStation 5, o clock de velocidade é de 6.500MB/s; A transmissão do jogo God of War (2018) do armazenamento interno do console para o Kingston, demorou apenas 63 segundos. O jogo possui 84Gb.
Outros jogos, que possuem 30GB, foram transferidos em 25 segundos de um drive para o outro. Note que a velocidade máxima de loading de um jogo não será excedida pelo fato deste NVMe ser um dos melhores do mercado, mas para ações como transmissão de um drive para o outro, você irá experienciar velocidades enormes.

Conclusão

Se você quer equipar o seu PlayStation 5 com o que há de melhor, utilizando os fones oficiais, tal como controles especiais, enfim… O NVMe Kingston Fury Renegade é uma das melhores opções caso você esteja disposto a pagar um pouquinho mais. Por serem dispositivos que trabalham com calor intenso, talvez seria uma boa investir em algo que tenha uma construção e acabamento confiável. De qualquer forma, você não vai se enrolar no mundo do NVMe’s no PlayStation nas questões de instalação: basta inserir e depois ligar o console e começar a aproveitar!