Desde o anúncio de Stellar Blade, minha curiosidade estava nas alturas. Quando o jogo finalmente chegou ao PC, não pensei duas vezes antes de mergulhar de cabeça nesse universo futurista. E posso dizer com toda a sinceridade: que experiência surreal. A estética sci-fi misturada com combates intensos me prendeu do começo ao fim. Tudo em Stellar Blade exala personalidade, desde a protagonista até os mínimos detalhes do mundo.
Uma História Curiosa e Envolvente
O que mais me surpreendeu em Stellar Blade foi a história. Não esperava muito, mas ela me pegou de jeito. Você controla Eve, uma guerreira da força aérea humana que desce à Terra em ruínas para combater criaturas chamadas Naytiba. Com o planeta à beira do colapso, ela se une a sobreviventes e começa a questionar tudo o que sabia até então.
A trama se desenrola com reviravoltas curiosas e bem pensadas, que me deixaram preso até o fim. Há algo quase poético no contraste entre a fragilidade humana e o cenário desolado, e isso só contribui para o impacto emocional da narrativa. É um tipo de história que você não esperaria em um jogo de ação tão intenso — e por isso mesmo, funciona tão bem.
Combate com Alma (e Alma de Soulslike)
A gameplay de Stellar Blade é um espetáculo à parte. O combate tem um ritmo próprio, misturando ação frenética com momentos de precisão quase cirúrgica. O sistema de parry, por exemplo, é bastante difícil no início — confesso que apanhei bastante — mas com o tempo você se acostuma, e aí ele se torna essencial.
Há também elementos claros de soulslike: ao descansar, você recupera suas poções e sua vida, mas os inimigos voltam à ativa. Isso adiciona uma camada estratégica interessante, já que você precisa pensar duas vezes antes de se recuperar.
Outro ponto que me chamou atenção foi a habilidade de teletransporte em ataques fatais. Ela é incrível quando funciona — porém, nem sempre me respondeu bem. Em alguns momentos, especialmente quando a espada da Eve fica azul brilhante (o que sinaliza um ataque fatal), o teleporte simplesmente não acontece. Fica parecendo um bug, o que quebra um pouco a imersão. Ainda assim, quando tudo encaixa, o combate é extremamente satisfatório.
Stellar Blade impressiona com suas mecânicas refinadas. O sistema de upgrades, os equipamentos, as habilidades especiais… tudo parece bem pensado. Há também decisões de gameplay que te fazem sentir no controle de algo maior, especialmente em momentos de combate em arenas mais abertas ou contra chefes.
No entanto, nem tudo são flores. Alguns bugs atrapalham a fluidez da experiência, especialmente em mecânicas mais sensíveis. Como citei antes, o teleporte às vezes falha em momentos cruciais, e isso pode ser frustrante quando se está no calor da batalha. Ainda assim, o saldo geral é extremamente positivo — o jogo acerta mais do que erra.
Um Mundo de Beleza Apocalíptica
Visualmente, o jogo é simplesmente deslumbrante. Os cenários são ricos, com uma paleta de cores que mistura o sombrio com o tecnológico de forma brilhante. Cada local tem sua identidade e transmite sensações distintas. A cidade de Xion, por exemplo, lembra vagamente uma versão cyberpunk de ruínas bíblicas.
A trilha sonora também é bem legal. Ela sabe exatamente quando se calar e quando explodir em tons épicos, elevando combates e cutscenes a um nível quase cinematográfico. Os efeitos sonoros são limpos, precisos, e ajudam a manter a imersão, mesmo nos momentos mais caóticos.
Além disso, o jogo conta com cenas que são simplesmente épicas. Em vários momentos eu me peguei vibrando durante as cinemáticas, porque elas realmente conseguem transmitir aquela sensação intensa de ação, com coreografias bem dirigidas e tensão na medida certa. São sequências que grudam na memória e elevam ainda mais o impacto emocional da história.
Alto Desempenho (Com Câmera Lenta?)
Testei Stellar Blade no PC com um Ryzen 5 3600, RTX 4060, e 16 GB de RAM. Rodei tudo no máximo com DLSS 4 em modo qualidade, usando frame generation em 2x, que é o padrão das RTX série 4000 da NVIDIA. O desempenho, no geral, foi excelente, com uma média de 90 FPS.
Porém… há um detalhe bem curioso e incômodo: o jogo, em certos momentos, entra num modo slow motion aleatório. Não é exatamente um travamento — o jogo continua fluido — mas a sensação é como se eu estivesse assistindo a uma cena em câmera lenta de um filme.
Além disso, o FPS cai do nada, sem razão aparente. O mais bizarro? Basta pausar o jogo e retornar, e tudo volta ao normal. São bugs que, embora não quebrem o jogo, definitivamente afetam a experiência. Também reparei alguns problemas visuais, como o cabelo da Eve ficando duro no ar, como se tivesse congelado. Nada que comprometa, mas é notável.
Vale a Jornada?
Stellar Blade no PC é uma experiência que me surpreendeu em todos os sentidos. A história é envolvente, o combate exige precisão e recompensa habilidade, e o visual é de tirar o fôlego. Mesmo com os bugs e quedas de performance ocasionais, o jogo se destaca como uma obra única — que, com atualizações, pode atingir um nível ainda mais alto.
É o tipo de jogo que você termina e fica pensando nele depois, seja pelas cenas impactantes, pela trilha sonora marcante, pelas cutscenes épicas ou simplesmente pela beleza da jornada de Eve. E se você curte ação intensa com um toque de profundidade narrativa, pode embarcar sem medo.
Stellar Blade é uma experiência sensorial, onde cada golpe, cada nota da trilha e cada reviravolta fazem questão de ficar com você, mesmo depois de desligar o PC.