Sherlock Holmes: Chapter One é o projeto mais recente do experiente estúdio Frogwares. Como o nome já indica, o game aborda os casos iniciais da carreira do detetive mais famoso do mundo.
Com bastante ambição, a equipe de desenvolvimento conseguiu entregar a aventura definitiva do personagem, mesclando sistemas muito bem pensados com alguns elementos desnecessários!
A equipe optou por representar Sherlock de um jeito diferente no game. No lugar do detetive experiente, conhecemos um jovem com habilidades extraordinárias e que por conta de sua juventude, ainda é bastante arrogante. Até a ambientação do título é diferente dos demais jogos da franquia. Aqui, não visitamos uma Londres cinzenta, mas sim Cordona, uma ilha do Mediterrâneo onde Sherlock morou em sua infância.
A lendária figura de Watson não está presente no jogo. O assistente de Sherlock em Chapter One é chamado de Jon. O personagem assume a mesma figura de “irmão” que Watson ocupa na mitologia Holmes, contudo, logo no início da trama descobrimos que Jon não existe. Isso mesmo. Ele é uma espécie de amigo imaginário criado por Sherlock. Apesar de ser um pouco assustador, a interação dos dois ao longo da trama é bem bacana e a presença de Jon de fato torna a aventura melhor.
Além de funcionar como uma espécie de alívio cômico e assistente, Jon tem um papel fundamental na história principal do jogo. Sherlock busca recuperar suas memórias da infância, incluindo preencher lacunas a respeito da morte de sua mãe. Jon foi “criado” durante esta época de sua vida, reforçando a importância da presença do personagem.
Surpreendentemente, ou não, Chapter One apresenta Cordona como um mundo aberto de tamanho razoável. Podemos percorrer as ruas da Ilha e conhecer personagens em apuros. Com isso, obtemos novos casos e o brilho do game aumenta (e muito!). Apesar de conter uma narrativa considerada a principal, as dezenas de casos e atividades secundárias da Ilha geram inúmeros desdobramentos e obviamente estendem a duração da obra.
Mas, deixo claro: não pense que a extensão de tempo é similar aos outros jogos de mundo aberto que colocam inúmeros colecionáveis inúteis e missões secundárias chatas para serem completadas. Aqui, o conteúdo “extra” tem valor, principalmente se você for um fã do personagem.
Com 5 casos principais e um pouco mais de 30 secundários, a Frogwares criou um sistema atrativo que nos permite “pular” de caso em caso até coletar pistas o suficiente para solucioná-los. Isso mesmo, ao obter um caso, você continua livre para avançar em outros se for a sua escolha.
Essa liberdade traz um senso maior de imersão em Cordona, tornando o jogo muito mais divertido. Ah, um detalhe extremamente importante: sim, você pode cometer erros nos seus casos e acusar o suspeito errado, destruindo a vida da pessoa no processo. O jogo em nenhum momento impede seu progresso até você solucionar os crimes da maneira correta. Isso ajuda a trazer mais impacto para as consequências do game.
Como de costume em jogos de mundo aberto, temos a presença de Colecionáveis em forma de moedas. Mas até isso foi bem pensado pela equipe. Quando era criança, Mycroft, o irmão de Sherlock, pegou sua coleção de moedas e espalhou pela Ilha de Cordona. Essa atitude acabou gerando os colecionáveis do game. E já adianto: tem algumas moedas que dão bastante trabalho de serem encontradas. Caso você se canse ou complete a caçada pelas moedas, o jogo também apresenta os Covis de Bandidos.
Pra mim, essa adição não fez o menor sentido, visto que essencialmente se trata de um game de investigação. Mas, podemos entrar nesses covis e matar ou prender os bandidos. Nesses momentos, Sherlock vira uma espécie de Batman, descendo a “ripa” nos criminosos. A existência dessa atividade destoa bastante do resto do título e parece ter sido incluída somente para agradar os jogadores que gostam de ação frenética.
Se você já experimentou algum jogo do personagem ou até mesmo do gênero, você já deve imaginar quais elementos estão presentes na jogabilidade do projeto. Temos o já conhecido Palácio Mental, onde reunimos e ligamos evidências para gerar novas pistas. O caderno de anotações também se faz presente, podendo ser aberto a qualquer momento para lembrar detalhes que encontramos ao longo do caso. Outros “ardis” de detetives também podem (e devem) ser usados ao longo da trama.
Escutar a conversa/fofoca de outros personagens para obter novas pistas, observar detalhadamente a reação e as palavras ditas por suspeitos para identificar mentiras e por aí vai. No geral, o game entrega uma experiência bastante autêntica no que tange investigações e a sensação de resolver um caso sem erros é muito gratificante.
Vale mencionar que é possível usar uma espécie de “Visão de Detetive” para identificar melhor evidências e pistas que eventualmente deixamos passar.
Este site usa cookies.
Saiba mais