Se existe algo que todo gamer tem é nostalgia, bom, pelo menos eu creio que há algo em determinados jogos que possa despertar memórias de tempos bons, quando jogar era reunir um grupo de amigos e desbravarmos terras fictícias e salvar o mundo, cada um com seu herói.

Hoje é possível jogar com seus amigos, mas a sensação de estar geral em um sofá, rindo e aproveitando o momento, indo além do vídeo game, ou até mesmo pegar aquele troco do pão e ir para a venda da esquina, onde aquele bom Arcade estava nos esperando.

Jogos em que controlamos um personagem que parece ser invencível são muito bons, apesar de ser um pouco menos divertido quando jogamos sozinhos, mas mesmo com um único player é delicioso trucidar os inimigos, com aquela sensação de estarmos em um fliperama.

E mesmo para um jogo com os moldes desse, podemos tirar muito proveito de suas opções, diversão as vezes é o que prende o jogador.

Jitsu Squad traz esse tipo de nostalgia, isso enquanto diverte e referência filmes, e claro, outros jogos beat ‘em up, um capricho de game.

Clássicos nunca morrem!

Jitsu Squad não mede esforços para mostrar como ele se inspira em outros jogos, ou melhor, homenageia quase que todo tempo as obras que os acompanharam pela vida, e talvez essa seja a primeira coisa que vai nos fisgar (isso se você tiver pelo menos vinte cinco anos ou tenha tido alguém para lhe apresentar obras dos anos 80 e 90.)

O modo de jogo é o mais clássico possível, quatro personagens, ambos com suas personalidades e particularidades, golpes, armas, modos de jogar etc. Não sei se é padrão, mas sempre tem um que parece ser o protagonista.

Hero é o que chama atenção ao primeiro encontro, a primeira jogatina foi justamente com ele, mas antes de falar da jogabilidade, é preciso finalizar o lado nostálgico, são muitas surpresas e não irei citar todas, mas algumas delas me deixaram alegre, é sempre bom reconhecer uma referência e ter aquele leve estalo de algo que fazia algum tempo que você não assistia ou jogava.

Em determinado ponto após acabar com os capangas, um dos protagonistas fala sobre um filme de Kung-fu que ele assistiu e que acha que um jogador alto de basquete quando eles subirem as escadas, se isso não é uma menção a um dos filmes clássicos interpretados pelo saudoso Bruce Lee, ficaria um pouco decepcionado, a certeza vem quando descobrimos que o estilo do personagem é baseado em artes marciais.

Referência ao filme Jogo da Morte lançado em 1978

Em outro momento, vemos um dos especiais do jogo invocar um homem loiro com quimono laranja para lançar uma rajada de energia pela tela inteira, esse tipo de homenagem aparece por todos os capítulos, e devem ter ainda outras mais obscuras que eu não tenha captado.

E não é só em inimigos e personagens jogáveis que se escondem as referências, nos cenários elas estarão sempre ali esperando para pegar você de surpresa.

A história do jogo é bastante simples, a estátua que aprisionava um ser demoníaco de proporções cósmicas, teve seu selo rompido, e cabe o Jitsu Squad tem a missão de acabar com o grande mal. Hero, Baby, Jazz e Aros, são os heróis do game.

Hero é um espadachim que possui goles rápidos, usa a katana para desferi-los, apesar de ser o primeiro na escolha, achei o mais complicado para zerar a história, pois muitos inimigos precisam de alguns acertos para que eles deixem de atacar e sintam de fato os golpes, Hero é veloz, mas os ataques são pouco efetivos, mas quando finalmente conseguimos uma brecha é possível arrancar bastante energia.

A dificuldade Warrior é bem desafiadora.

Aros é um viking com uma enorme espada, e seus ataques são poderosos e pesados, são poucos os que suportam as suas pancadas, possui um dos melhores agarres do grupo.

Já Jazz é o mestre das artes marciais e possui habilidades psíquicas, mas usadas apenas para evasiva e agarres, ele possui combos extensos e quase sempre terminam com a derrota dos adversários.

Baby é de longe a melhor personagem do jogo, por dois motivos, ela desfere uma quantidade absurda de golpes com poucos comandos e para completar, ela ataca em longas distâncias, o chefe mais complicado de todo o jogo ficar absurdamente fácil ao jogar com essa personagem.

Pancadaria franca

Todos eles possuem ataques especiais que são padrão, pelo menos na foram que eles devem ser executados, mas as animações são diferentes e alguns deles é necessário assumir comando e direcionar os ataques para ter maior proveito, além de golpes que podem ser lançados sem custo algum, apenas com comando como baixo frente e botão de ação, e uma transformação que permite causar muito dano e deixa o boneco imune por alguns segundos.

Mas para usar o especial e a transformação, se usa a mesma barra, por isso as vezes é necessário escolher qual que será mais benéfica para a batalha.

Capitão América ficaria orgulhoso.

Além de combos, ataques especiais e aliados que encontramos, cada personagem terá duas armas especiais secundárias, cada uma com dois tipos de ataques, o carregado e o normal, elas podem ser utilizadas enquanto houver a barra de ataques com essas armas especiais, dependendo de como você usar, ela pode mudar o jogo ao seu favor.

Há ainda uma opção de realizar um contra-ataque, é possível realizar diversas defesas em sequências, para cada ataque que defendemos, nosso dano aumenta, o efeito acaba assim que tomamos um golpe ou não atacar por alguns segundos.

E claro que não vão faltar os itens consumíveis que podemos encontrar para recuperar barras de especiais e vida.

Temos um modo de campanha bem tranquilo, hordas de inimigos, sub chefes e chefes, as animações dos golpes são muito bem feitas e a dificuldade é balanceada entre as dificuldades, porém, na dificuldade mais elevada beira o a insanidade em algumas partes, isso porquê em algumas batalhas de chefes.

No modo fácil, não vem inimigos para atrapalhar, é só você e o chefe, mas na dificuldade guerreiro, além do grande vilão, vão aparecer dezenas de combinações, com os inimigos mais fortes das fases até o fim da luta, forçando você usar os recursos com certa sabedoria.

Isso quando não somos encurralados no ar em combos de inimigos e é impossível de escapar, dependendo no nível da vida é fim de jogo.

Os chefes são divertidíssimos de enfrentar, alguns são muito fáceis, porém outros complicadíssimos e há a clássica forma de enfrentar alguns chefes duas ou três vezes, mas como já citado, dependendo do personagem que você escolha, ou se estiver jogando com amigos, não serão problema nenhum, não consegui jogar o multiplayer, mas quando estava perdendo a cabeça contra um chefe apelão, ficava imaginando que seria mais fácil com dois ou três heróis atacando sem parar.

Frente, Trás, Trás, Trás, soco alto.

Por outro lado, o fato de ele não ter mais de fases é decepcionante, e não por serem insuficiente para explicar a história, ou por parecer que não fizeram mais por não querer, mas por deixar um gostinho de quero mais.

Quanto mais vamos realizando ataques e combos, superando chefes, mais queremos jogar, por sorte temos quatro personagens para jogar e o fator replay é muito bom, são oito mundos que dependendo da sua habilidade, podem demorar ou passar muito rápido, recomendo jogar na dificuldade máxima, é complicado mas não impossível.

Para finalizar, não poderia deixar de mencionar a trilha sonora, que é divertidíssima, há uma misto de pop rock, com as guitarras em riffs rápidos, quase dançantes. Além das trilhas acompanham as fases, temas sombrios, temas que lembram as canções de piratas etc.

Devo confessar que o jogo me agradou bastante, apesar de toda sua parte técnica que sofre por não ter um simples botão para evitarmos combos infinitos, ou quando o botão de defesa não funciona, causando perca de vida desnecessária, isso pode frustrar o jogador.

Mas se a sua escolha é por jogos divertidos e para jogar com amigos, Jitsu Squad é uma excelente escolha, são vários minutos de insanas batalhas e momentos engraçados, é um Arcade dentro dos consoles, traz aquela vontade de ver mais jogos com essa temática.

Clássica fórmula de equipe para salvar o mundo.

Jitsu Squad se mostra muito decente para os dias de hoje, é um trabalho que concentra o carinho da equipe, para com os clássicos jogos de Arcade e para com o jogador, isso vale muito, temos que entender que certas empresas possuem apenas vontade de lançar seus jogos e terem um espaço nas batalhas de gigantes.

Entre uma fase e outra o jogo não lhe engana e entrega o que ele indica ser desde o primeiro start, a boa e velha pancadaria com humor leve e preciso.

Esta análise foi feita com base em uma cópia cedia pelo Tanuki Creative Studio, agradecemos a confiança em nossa equipe.

Nota
Geral
8.5
review-jitsu-squadPara os saudosistas de plantão, Jitsu Squad vai bater tão forte quanto nós iremos bater no inimigo, é a nostalgia mais sincera em um game divertido e com uma arte linda, deve ser um dos requisitos mínimos para um beat ‘em up, ser divertido e demorar para enjoar os jogadores, mesmo sabendo todas as fases, rejogar e massacrar as chefes repetidas vezes tem seu brilho, preparem o polegar para jogar.