Lançado pela Embark Studios, ARC Raiders é um shooter de extração que se destaca por sua ambientação pós-apocalíptica, jogabilidade cooperativa e visual impressionante. Desenvolvido com Unreal Engine 5, o título chegou ao PlayStation 5 com a promessa de oferecer uma experiência intensa, acessível e tecnicamente refinada. A seguir, exploramos os principais aspectos do jogo e você pode acompanhar nossa review.

As máquinas dominam o mundo

Sua narrativa gira em torno da luta da humanidade contra uma ameaça mecanizada que desce dos céus: os misteriosos Arcs, entidades robóticas que invadiram a Terra com o objetivo de erradicar o que restou da civilização humana. O enredo se passa em um futuro pós-colapso, onde a sociedade foi forçada a se reorganizar nos subterrâneos e nas ruínas do antigo mundo. Os humanos sobreviventes formaram grupos conhecidos como Raiders, combatentes que se unem para proteger o que sobrou e garantir recursos essenciais à sobrevivência. A partir dessa premissa, o jogo cria um cenário de constante resistência e improviso, onde cada vitória representa apenas um respiro temporário diante da próxima investida inimiga.

Embora não siga uma narrativa linear tradicional, Arc Raiders aposta em uma narrativa ambiental e emergente. A história é contada por meio do mundo ao redor: estruturas destruídas, sinais de antigas batalhas, fragmentos de comunicações perdidas e diálogos entre os personagens. Essa abordagem cria uma sensação de realismo e urgência.

O tema central da narrativa é a união diante da adversidade. Mais do que apenas enfrentar máquinas hostis, os Raiders representam o espírito humano de colaboração e resiliência. Cada incursão contra as forças de Arc simboliza não só um ato de guerra, mas também de esperança: a crença de que, mesmo diante de uma ameaça quase invencível, o espírito humano permanece indestrutível. O jogo combina uma estética retrofuturista com um clima melancólico, inspirado em clássicos de ficção científica dos anos 70 e 80. Essa mistura de passado e modernidade transmite a ideia de um mundo em reconstrução após a destruição. Em essência, Arc Raiders é uma história sobre resistência, imersa em uma narrativa que fala menos sobre destruição e mais sobre sobrevivência, solidariedade e a eterna vontade humana de lutar, mesmo quando o céu inteiro parece desabar.

Tática na extração acima de tudo

O coração de ARC Raiders está em sua jogabilidade baseada em extração. Os jogadores formam equipes para explorar áreas hostis, coletar recursos e escapar antes que sejam eliminados por inimigos ou outros jogadores. A tensão é constante: cada missão exige planejamento, comunicação e decisões rápidas.

O jogo se diferencia de títulos como Escape from Tarkov por ser mais acessível e menos punitivo. Mesmo jogadores iniciantes conseguem se adaptar rapidamente às mecânicas, graças a tutoriais intuitivos e uma curva de aprendizado equilibrada. A possibilidade de encontrar outros jogadores durante as missões adiciona uma camada de imprevisibilidade: você pode optar por colaborar ou entrar em confronto, o que torna cada partida única.

A jogabilidade de ARC Raiders é marcada pela fluidez dos controles e pela variedade de estratégias disponíveis. O sistema de movimentação é ágil, permitindo correr, deslizar, escalar e se esconder com naturalidade. O combate é responsivo, com armas que oferecem sensação de impacto e precisão. Além disso, o jogo incentiva abordagens diversas: é possível adotar táticas furtivas, emboscadas ou confrontos diretos. A inteligência artificial dos inimigos é competente, reagindo de forma dinâmica às ações dos jogadores. Isso exige adaptação constante e torna as partidas mais desafiadoras.

Habilidade exige escolhas conscientes

As habilidades são o núcleo da personalização estratégica, permitindo aos jogadores moldar seu estilo de jogo com liberdade e profundidade tática. A árvore de habilidades é flexível, mas exige escolhas conscientes e bem planejadas. Em ARC Raiders, a Embark Studios optou por abandonar o tradicional sistema de classes fixas em favor de uma árvore de habilidades altamente modular. Essa decisão transforma a progressão dos personagens em um exercício de estratégia, onde cada ponto investido pode definir o sucesso ou fracasso nas incursões. O jogo oferece três grandes vertentes de desenvolvimento: Mobilidade, Sobrevivência e Resistência, cada uma com habilidades que afetam diretamente o desempenho em campo.

Acima de tudo, na vertente de Mobilidade, os jogadores podem desbloquear habilidades como corrida aprimorada, saltos mais altos e deslizamentos táticos. Essas opções são ideais para quem prefere abordagens furtivas ou evasivas, permitindo escapar de emboscadas ou reposicionar-se rapidamente durante combates. Já a árvore de Sobrevivência foca em resistência a dano, regeneração de vida e mitigação de efeitos negativos. Habilidades como escudos temporários, redução de dano por queda e resistência a explosões são essenciais para quem atua na linha de frente ou enfrenta múltiplos inimigos simultaneamente.

Demais melhorias

Por fim, a vertente de Resistência oferece melhorias voltadas para o uso de equipamentos e armas. Isso inclui aumento de capacidade de munição, recarga mais rápida e maior eficiência no uso de itens de cura e suporte. Jogadores que preferem um papel de suporte ou controle de área encontram aqui ferramentas valiosas para manter a equipe viva e funcional.

Importante destacar que não é possível desbloquear todas as habilidades em uma única campanha. Cada ponto investido representa uma escolha definitiva, o que exige planejamento e conhecimento do próprio estilo de jogo. Essa limitação, longe de ser um obstáculo, incentiva a experimentação e a criação de builds únicas e eficazes. Em suma, o sistema de habilidades de ARC Raiders é um dos pilares que sustentam sua profundidade estratégica, oferecendo liberdade com responsabilidade e recompensando decisões bem pensadas.

Gráficos impressionam

Os gráficos no PS5 impressionam pela fidelidade visual e ambientação cinematográfica, enquanto a performance sólida garante fluidez mesmo em momentos de ação intensa. O equilíbrio entre qualidade gráfica e estabilidade técnica é um dos grandes trunfos do jogo. O título oferece dois modos gráficos no console: modo desempenho, que prioriza fluidez com 60 quadros por segundo e resolução dinâmica, e modo qualidade, que entrega visuais em 4K com ray tracing ativado, ideal para quem busca o máximo de fidelidade visual. Em ambos os modos, o jogo mantém uma estética limpa e detalhada, com destaque para os modelos das máquinas ARC, que exibem animações complexas e design ameaçador.

A performance no PS5 é estável e confiável. Testes realizados por criadores de conteúdo e especialistas técnicos mostram que o jogo raramente sofre quedas de frame rate, mesmo em combates caóticos com múltiplos inimigos e efeitos simultâneos. O carregamento é quase instantâneo graças ao SSD do console, e a transição entre áreas ocorre de forma fluida, sem interrupções perceptíveis. Outro ponto positivo é a integração com o controle DualSense. O feedback tátil e os gatilhos adaptáveis são utilizados para transmitir a sensação de disparo das armas, impacto de explosões e movimentação dos personagens, aumentando a imersão sem comprometer a precisão dos comandos.

Além disso, o jogo permite ajustes finos nas configurações visuais, como campo de visão (FOV), sensibilidade e brilho, o que ajuda a adaptar a experiência ao estilo de cada jogador. Essas opções são especialmente úteis em um shooter de extração, onde visibilidade e tempo de reação são cruciais.

Faixas futuristas

A parte sonora aposta em composições eletrônicas com tons melancólicos e futuristas. As faixas são construídas com sintetizadores densos, batidas pulsantes e camadas sonoras que evocam um mundo em ruínas, dominado por máquinas. Essa escolha musical não apenas reforça a ambientação sci-fi, como também acompanha o ritmo das missões, alternando entre momentos de tensão e calmaria.

Durante as incursões, a música se adapta dinamicamente às ações dos jogadores. Em situações de combate, os temas se tornam mais intensos e acelerados, enquanto em momentos de exploração ou furtividade, predominam sons mais sutis e atmosféricos. Essa variação ajuda a manter o jogador engajado e emocionalmente conectado à narrativa.

Os efeitos sonoros  são extremamente bem trabalhados. Cada arma possui uma identidade sonora própria, com disparos que variam em timbre, reverberação e intensidade. O som das máquinas ARC é ameaçador e mecânico, transmitindo a sensação de perigo iminente. Explosões, colisões e interações com o ambiente são reproduzidas com riqueza de detalhes, elevando o realismo da experiência.
O uso de áudio tridimensional no PS5 é outro destaque. Com fones compatíveis ou sistemas de som surround, é possível identificar com precisão a direção dos inimigos, tiros e movimentações. Isso não apenas melhora a imersão, como também oferece vantagens táticas durante as partidas.

Da mesma forma, embora ARC Raiders não seja centrado em diálogos extensos, os poucos trechos com vozes são bem interpretados e ajudam a contextualizar a missão dos Raiders. Sons ambientais como vento, chuva, ruídos metálicos e ecos em estruturas abandonadas completam o cenário sonoro, criando uma paisagem auditiva rica e envolvente.

Vale a pena jogar Arc Riders?

Ao finalizar minha análise de Arc Raiders no PS5, percebo o quanto o jogo da Embark Studios consegue unir inovação técnica e emoção em uma experiência cooperativa envolvente. Para mim, ele vai muito além de um simples jogo de tiro em terceira pessoa: é uma jornada sobre união e sobrevivência em meio a um mundo devastado. Cada missão me fez sentir parte de uma resistência, lutando não apenas contra máquinas inimigas, mas também para reconstruir algo em meio ao caos.

No PlayStation 5, fiquei impressionado com o desempenho técnico. Os visuais em 4K, o uso do ray tracing e o trabalho sonoro criam uma atmosfera viva e melancólica. O controle DualSense é um destaque à parte: sentir o peso das armas e o impacto dos combates através do feedback tátil torna tudo mais real e intenso. A trilha sonora eletrônica reforça esse clima entre esperança e desolação, me mantendo totalmente imerso no universo do jogo.

Narrativamente, Arc Raiders aposta na sutileza. Em vez de longas cutscenes, o enredo se revela por meio do cenário, das ruínas e das comunicações perdidas. Essa escolha exige atenção e curiosidade, e eu gostei disso: me senti parte de uma história que se constrói a partir da exploração e da convivência com outros jogadores.

Mesmo com alguns pequenos problemas de desempenho e uma curva de aprendizado inicial, considero Arc Raiders uma das experiências cooperativas mais marcantes da nova geração. Além disso, ele consegue equilibrar desafio, estética e propósito, entregando algo que é tanto emocionante quanto significativo. Em resumo, Arc Raiders no PS5 me conquistou por unir ação intensa, atmosfera cinematográfica e uma forte sensação de coletividade. É um jogo que me lembrou que, mesmo quando tudo parece desabar, ainda há esperança para quem luta junto.

Nota
Geral
9.0
review-arc-raiders-ps5Arc Raiders se destaca por combinar inovação técnica, imersão e cooperação. Com visuais impressionantes e uma narrativa sutil sobre resistência e esperança, o jogo oferece uma experiência marcante que valoriza o trabalho em equipe e a superação coletiva.