Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça, desenvolvido pela Rocksteady Studios e publicado pela Warner. Bros. Games aposta em um jogo de tiro em terceira pessoa, agora protagonizado pelos vilões que possuem um objetivo em comum: eliminar a Liga da Justiça, acabando com seus membros. Nesse processo, a Força-Tarefa X (Esquadrão Suicida) composto por Arlequina, Pistoleiro, Capitão Bumerangue e Tubarão-Rei percorrem uma Metrópolis de mundo aberto, devastada por Brainiac.

O título esteve envolto em polêmicas desde seu anúncio, até eventuais adiamentos e, uma vez mais, está na mira do público, levantando reações mistas sobre seu potencial. Nossa review expõe a experiência em jogo, garantindo informações as quais serão decisivas para sua aquisição ou não. O jogo vale a pena seu tempo? Ou a Rocksteady, famosa pela série Batman: Arkham, errou ao arriscar em uma nova aposta de estilo de jogo para o universo amado e conhecido pelos fãs? Confira!

Um jogo de serviço

A primeira coisa que precisa ter em mente, é que Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça é um jogo de serviço, protagonizado pelos famosos personagens do esquadrão, permitindo que até 4 jogadores participem do squad, em missões repletas de inimigos, alguns objetivos e…só. As cenas (famosas cutscenes) agregam conteúdos, muitas vezes hilários, aumentando o fator imersão. O fato de ter que eliminar a Liga da Justiça, envolvendo personagens famosos, causa um misto de emoções e também insere uma nova visão do universo conhecido. Muito comentou-se em redes sociais sobre uma polêmica cena (não soltarei spoiler), mas sabemos que o destino pode ser cruel.

A história de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça é controversa… o jogo segue por uma linha familiar com a chegada em Arkham Asylum, mas notamos prontamente que não será o jogo do Batman que tantos buscam. Todas as cenas impressionam, com cada personagem brilhando em tela com seus diálogos e dublagem excelentes. São diálogos que passam, sinuosos, entre momentos bem espirituosos e outros um tanto, dramáticos.

Cada personagem possui características próprias, atuando de maneiras diferentes em sua jogabilidade ao navegar por Metrópolis em um mundo aberto, detendo as forças opressoras de Brainiac. Arlequina, por exemplo, tem habilidades de ginasta, balançando entre os telhados, sempre se aproximando dos inimigos com características explosivas e balísticas. Já Capitão Bumerangue é ótimo no teletransporte e na corrida, sendo um alvo de difícil dano para os inimigos e com potencial para flanquear inimigos desavisados. Pistoleiro, é ágil no ar, ótimo em danos a distância. Por fim, Tubarão-Rei, é uma espécie de semideus, com poderes devastadores e danos mais “pesados”. De início, o movimento dos personagens causa erros e podem soar estranhos demais.

Movimentos confusos

Um breve tutorial demonstra os movimentos dos protagonistas. Uso de câmera, pulo duplo, escalada de parede, o uso da mochila a jato, mira e tiro, além de ações específicas para cada personagem. O tutorial pode soar confuso de início, levando a eventuais erros e quedas. Com o tempo, entendemos a mecânica proposta de movimentação e sentimos qual será o objetivo do jogo: muito combate aéreo. Durante os confrontos, o uso do “disparo de retaliação” é necessário, sendo um contra-ataque à distância que atrapalha a movimentação dos inimigos. Esses momentos são bem específicos e cada inimigo tem uma reação diferente ao sofrer um contra-ataque. Ao acertar o alvo com precisão, obtemos um contra-ataque crítico, causando danos massivo. Outro elemento importante é a “absorção de escudo”, quando atiramos na perna dos inimigos até entrarem em estado de absorção de escudo.

Partidas e opções de personalização

As partidas incluem o modo esquadrão privado (você jogando solo com bots), modo aberto aos amigos e aberto ao público. Quanto maior a dificuldade escolhida, maior o ganho de recursos e XP. O ideal, para iniciantes, é a dificuldade “mamão com açúcar” que reduz a dificuldade do combate, com confrontos mais fáceis e inimigos causando menor quantidade de danos, sofrendo também mais danos do esquadrão.

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça adota uma abordagem conhecida na personalização de personagens. Em visuais, observamos diversos estilos de roupas, acrobacia aprimorada, reações personalizadas e bandeiras, adicionando impressões pessoais e repletas de personalidade à disposição dos jogadores. Cada equipamento no setor armas também possui danos, DPS, cadência de tiros, dano por golpe, dano por acerto crítico e tamanho do carregador.

Fica a critério do jogador a experimentação com cada personagem em Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça, os quais devem combinar com seu estilo de jogo. Os inimigos, muitas vezes variados, forçam a nós, jogadores, a melhor tática que devemos utilizar nos confrontos, seja na escolha de uma granada ou no eventual ataque corpo a corpo. O destaque fica para o uso de armas, onde atiramos sem pensar no amanhã. A curva de aprendizado é intuitiva, porém, pode levar um tempo para a compreensão dos elementos propostos pela Rocksteady.

Missões para todos os gostos

O jogo, definitivamente, é essencialmente cooperativo, cada um tentando superar a performance de eliminações do outro, com pontuações mais elevadas ao captar mais mortes. Não existe a necessidade do esquadrão ficar junto em um mesmo ponto do cenário, o título permite a movimentação livre, acertando inimigos os quais você percebe que devem ser o foco de ataque. A pergunta que fica em mente: é repetitivo? Jogos de serviço são amplamente conhecidos pelo sistema de repetição e Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça não foge disso. São missões no estilo vá até um local e elimine inimigos ou defenda determinado local.

Nesse sentido, algumas missões brilham, enquanto outras, são esquecíveis. As lutas contra os famosos chefes, deixam a desejar, com a tática básica do uso de contra-ataque para causar dano. Soa grandioso? Sim, mas não fazem justiça ao escopo dos personagens e o mundo. Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça entrega um ótimo trabalho no ritmo e fluxo de combate, sempre liberando as habilidades especiais no tempo correto, apoia-se no uso de equipamentos de alta tecnologia.

Se existe algo, digno de elogios, é o visual. Ou seja, em vários momentos, fiquei impressionada com o que observei em tela, com a animação e movimentação de personagens fluída, além dos modelos utilizados para retratar heróis e vilões. Em meio ao combate, claro que não nos preocupamos em observar detalhes de cenário e personagens, mas indico que tire um pouco de seu tempo e observe a dedicação implementada no mundo de Metrópolis. Do mesmo modo, a dublagem, por si só, também é destaque, com performances reais, além do auxílio da captura de movimentos e suas expressões faciais.

Vale a pena Jogar Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça?

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça pode afastar aqueles que esperam algo mais que além de um jogo de serviço e não possui o potencial visto na série Batman: Arkham. Eventualmente, seu sistema de missões em loop pode soar repetitivo, algo feito especificamente para os fãs de quadrinhos, porém, possui uma história, que considero emocionante, um sistema de combate viciante e um sistema de saque, bem recompensador. Constantemente não possui um gênero de gameplay específico, mistura elementos conhecidos em jogos e não se leva a sério, a maior parte do tempo.

Em suma, diria que com um maior cuidado na campanha, o potencial seria mais amplo, tendo grandes chances de brilhar, emparelhado aos momentos de repetição das missões em grupo. Além disso, o tempo dirá se a Rocksteady acertou em seus investimentos de conteúdos pós-lançamento, no entanto, neste momento, o título é recomendável para aqueles que estão dispostos a se divertir com amigos, pulando entre tiros e explosões, sem se preocupar se o alvo é um amado herói da Liga da Justiça…

Por fim, uma key foi concedida pela Warner Bros. Games para o teste do jogo no PS5.

Nota
Geral
7.5
esquadrao-suicida-mate-a-liga-da-justicaEsquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça limita-se como um jogo de serviço, entregando elementos de jogabilidade conhecidos e peca em não ousar por terrenos inexplorados. É um misto de emoções entre momentos realmente divertidos e outros cansativos, deixando a velha sensação de “devo retornar para o jogo?” após longos momentos de gameplay. Seu futuro, permanece em aberto. No presente, recomenda-se cautela ao entrar na jornada proposta.