Drop Duchy chegou até mim como uma surpresa. Desenvolvido pela Sleepy Mill Studio e distribuído pela The Arcade Crew, o jogo traz uma ideia que, à primeira vista, pode parecer simples: construir fileiras de blocos no estilo Tetris. Mas o que parecia só mais um quebra-cabeça se transformou rapidamente em uma experiência de estratégia viciante, criativa e que me fez pensar de verdade. Aqui, cada bloco que você encaixa pode definir o futuro do seu reino, e esse nível de profundidade foi o que mais me prendeu.
Tetris com propósito
A mecânica central é simples: você encaixa blocos de diferentes formas, como faria num Tetris tradicional. Mas a diferença aqui é brutal. Em Drop Duchy, esses blocos representam planícies, florestas e vilarejos, cada um oferecendo bônus e sinergias específicas quando colocados em certos padrões. Posicionar uma planície ao lado de um quartel, por exemplo, aumenta a produção de tropas. Florestas oferecem recursos e até em tropas também. Isso transforma cada movimento em uma decisão tática, onde você não está só pensando na próxima fileira, mas no futuro do seu império.
E não se trata apenas de sobrevivência: é sobre dominação. Conquistar territórios, proteger seu castelo e construir um exército eficiente são elementos que caminham juntos com a estratégia de encaixe dos blocos. É quase como se Tetris encontrasse um simulador de reino, e eu não sabia que precisava tanto disso.
Poder que cresce bloco a bloco
Drop Duchy não segue a economia tradicional de RTS ou city builders. Aqui, os recursos surgem das peças que você encaixa, tornando o jogo único. Ao invés de acumular números, você constrói seu império com base em decisões táticas de posicionamento.
Ouro é gerado ao completar linhas com blocos ou ativar construções como mercados e tesourarias. Esse recurso é essencial para desbloquear cartas e expandir seu reino, e não vem de graça. Cada linha que você completa não só expande seu território, mas também financia suas próximas jogadas.
Madeira e pedra são obtidas ao encaixar blocos de floresta ou montanha. Essas escolhas não são só estéticas; elas determinam as construções e opções táticas disponíveis para você.
Mana, exclusiva da facção A Ordem, vem de templos e santuários. Esse recurso é vital para ativar buffs e curar tropas. Como é mais raro, sua gestão exige atenção, pois depende da geração do mapa.
Por último, o “poder militar” se reflete em construções como quartéis e torres. Elas geram tropas e controlam territórios, mas abusar delas pode desequilibrar sua economia.
A genialidade de Drop Duchy está em como esses recursos não aparecem em barras ou menus. Tudo é visual e espacial, exigindo planejamento constante e inteligente.
Poder que cresce bloco a bloco
Drop Duchy não segue a economia tradicional de RTS ou city builders. Aqui, os recursos surgem das peças que você encaixa, criando uma dinâmica única. Em vez de acumular números, o foco está em decisões táticas baseadas no posicionamento dos blocos.
Ouro é gerado ao completar linhas com blocos ou ativar construções como mercados e tesourarias. Esse recurso é essencial para desbloquear cartas e expandir seu reino, e não vem de graça. Cada linha completada não só expande seu território, mas também financia suas próximas jogadas.
Madeira e pedra são obtidas ao encaixar blocos de floresta ou montanha. Essas escolhas não são apenas estéticas; elas determinam as construções e opções táticas disponíveis, oferecendo diversas possibilidades para quem souber planejar com estratégia. Também temos o Alimento, que conseguimos com as fazendas ou cabanas de caças.
Três caminhos, três formas de vencer
O jogo apresenta três facções jogáveis: O Ducado, A Ordem e A República. Cada uma traz mecânicas e desafios únicos, o que adiciona uma camada incrível de rejogabilidade. Enquanto O Ducado tem uma pegada mais equilibrada, A Ordem traz mecanismos mais voltados à defesa e controle de área, enquanto A República foca em expansão rápida e acúmulo de recursos.
A cada nova tentativa, você escolhe por onde começar, qual caminho seguir, e isso muda completamente a experiência. Além disso, a geração procedural dos mapas garante que nenhuma partida seja igual à anterior. Em todas, porém, a sensação de desafio permanece constante.
Cartas na manga
Outro ponto que me conquistou foi o sistema de baralho. Ao longo da campanha, você vai desbloqueando cartas de construção e de tecnologia, com mais de 110 opções diferentes. Essas cartas representam ediícios, melhorias, upgrades e recursos especiais que você pode ativar durante a partida para fortalecer ainda mais o seu reino. Personalizar seu deck não é só uma parte opcional, é parte da estratégia de longo prazo. E quando você começa a entender a sinergia entre elas, o jogo simplesmente brilha.
Uma coisa que valorizo muito em jogos desse tipo é o sentimento de progresso, mesmo quando a gente perde. E Drop Duchy acerta em cheio nisso. A cada derrota, você desbloqueia novos recursos, cartas ou desafios. Existe um sistema de metaprogressão robusto, com mais de 100 desafios, que não apenas prolonga a vida útil do jogo, mas te incentiva a melhorar suas táticas de forma natural. Perder nunca pareceu tão produtivo.
Um charme que vicia
Drop Duchy é bonito. A direção de arte combina simplicidade com personalidade. Os efeitos visuais, apesar de discretos, transmitem muito bem a sensação de progresso e impacto das suas jogadas. A trilha sonora, por sua vez, acompanha o ritmo com leveza, mudando conforme a situação e dando um clima especial para cada fase.
Mesmo nas partidas mais longas, nunca senti cansaço visual ou auditivo. Pelo contrário: a cada nova fase, eu queria ver o que vinha a seguir. Essa mistura de minimalismo e eficiência estética é algo que poucos jogos conseguem equilibrar tão bem.
Desempenho
Testei Drop Duchy no meu PC com um Ryzen 5 3600, 16 GB de RAM e uma RTX 4060. Rodei o jogo em 1080p, com tudo no máximo e o FPS travado em 180. O resultado foi uma performance fluida do início ao fim. Nenhum stutter, nenhuma queda brusca de quadros. A otimização está excelente e a arte em pixel, super charmosa, não exige muito da máquina, mas ainda assim entrega um visual limpo e bonito.
Quando encaixar blocos se torna arte
Drop Duchy não tenta reinventar o gênero de quebra-cabeças; ele vai além. Ele olha para uma mecânica clássica, a de encaixar blocos, e transforma isso em uma plataforma estratégica profunda, rica em decisões e com um ciclo viciante que recompensa tanto a inteligência quanto a experiência. Cada bloco que você encaixa carrega o peso do seu próximo movimento, e isso, com o tempo, vira uma espécie de dança entre previsão e adaptação.
Não é um jogo fácil, mas também não tenta te esmagar. Ele te desafia, te testa e, acima de tudo, te ensina. A cada derrota, algo se aprende. A cada vitória, um novo caminho se abre. A cada partida, você volta porque sabe que pode fazer melhor. E é isso que o torna especial. Drop Duchy é para quem gosta de pensar, experimentar, falhar e tentar de novo. E quando um jogo te faz querer recomeçar por vontade própria, você sabe que ele acertou em cheio no que se propôs a fazer.