Quando Call of Duty: Black Ops 7 foi revelado, admito que cheguei cheio de expectativas. A série, mesmo com suas oscilações, sempre me entregou algo capaz de empolgar: seja a adrenalina do multiplayer, o toque cinematográfico das campanhas ou a bagunça divertida do Zombies. Mas, ao pegar o controle do PS5 e realmente mergulhar nessa nova versão, percebi que, embora o jogo tente trazer novidades, ele acaba esbarrando em falhas importantes.
O que apresento aqui é o meu relato direto, construído a partir de horas de jogo, testes em todos os modos e uma observação cuidadosa de como essa experiência realmente se sustenta. Vale a pena jogar o novo título da Activision? Acompanhe nossa análise detalhada!
A campanha de Black Ops 7 acabou se tornando, para mim, o ponto mais controverso. A proposta de misturar ficção científica com temas políticos e militares, criando vilões exagerados e conspirações globais, até soa interessante. A ideia de mostrar um futuro em que a guerra acontece tanto no campo físico quanto no digital, com IA e manipulação de dados como armas, realmente tinha potencial.

O problema é que a execução não acompanha essa ambição. Com suas 5 a 6 horas de duração, a campanha não dá espaço para que os personagens cresçam. Os protagonistas parecem rasos, e muitos diálogos me soaram forçados. O ritmo também me incomodou. Missões que deveriam me deixar empolgado acabaram parecendo lineares demais e até previsíveis. Há tentativas de criar momentos emocionantes, mas eles perdem força porque a narrativa não sustenta esse impacto.
Como alguém que acompanha a franquia há anos, senti falta da profundidade presente em campanhas anteriores, como a do primeiro Black Ops. Aqui, a impressão que tive é que a história serve mais como desculpa para apresentar cenários variados do que como um enredo realmente envolvente. Se a campanha deixa a desejar, percebi que o multiplayer e o Zombies tentam compensar essa frustração…
Modos adicionais compensam campanha
No multiplayer, senti novamente o ritmo acelerado que sempre me atrai na franquia. Os mapas são bem variados, com layouts inteligentes e boas oportunidades de estratégia, e vencer tiroteios ainda traz aquela adrenalina familiar. No multiplayer, senti que Black Ops 7 tenta encontrar um equilíbrio entre mapas novos e versões retrabalhadas, mas o resultado acaba ficando no meio do caminho. Os cenários inéditos funcionam bem e os remasters despertam aquela nostalgia clássica, porém nenhum deles me marcou visualmente ou estrategicamente como mapas de jogos anteriores já fizeram. O novo modo 20v20 Skirmish até parece uma tentativa de ampliar a escala, mas, para mim, a bagunça constante e a falta de coesão tornam difícil encontrar um ritmo realmente satisfatório nas partidas.
Apesar disso, notei avanços importantes. A evolução da movimentação trazida de Black Ops 6 (com wall jumps e wall running) deixa o combate muito mais fluido e agressivo. Essas mecânicas criam momentos empolgantes e dão ao jogo uma energia renovada que, mesmo com os tropeços, ajuda o multiplayer a se destacar. Mas nem tudo funciona bem. O desequilíbrio entre algumas armas me incomodou bastante, assim como bugs pontuais que atrapalharam minhas partidas. Vi inimigos atravessando paredes e tomei “tiros fantasmas” sem explicação. O progresso também parece arrastado demais, como se o jogo me empurrasse para um grind constante para liberar novos itens.

Zombies
Já no Zombies, encontrei o modo que realmente me conquista. A ambientação densa, os mapas cheios de mistérios e a necessidade de jogar em equipe criam partidas sempre diferentes. Os puzzles e desafios mostram o quanto essa parte do jogo continua criativa e caprichada.
Foi aqui que senti aquele charme clássico da série: explorar caminhos escondidos e enfrentar hordas cada vez mais agressivas gerou alguns dos meus momentos favoritos dentro de Black Ops 7. A jogabilidade de Black Ops 7 segue muito do que já conheço da série: confrontos rápidos, movimentação leve e controles que respondem bem. No PS5, o DualSense realmente acrescenta algo a mais; a vibração e a variação dos gatilhos fazem diferença. É curioso sentir o peso de uma metralhadora no gatilho, e isso ajuda bastante na imersão.
Mesmo assim, encontrei alguns entraves. A IA dos inimigos na campanha varia demais: em certos momentos parece extremamente competente, e em outros age de forma quase apática, o que quebra a sensação de desafio. No multiplayer, apesar da movimentação continuar dinâmica, já notei jogadores usando falhas no design dos mapas para tirar vantagem, algo que indica que o jogo ainda precisa de ajustes para manter as partidas mais equilibradas.
Visuais marcantes
Visualmente, Black Ops 7 me deixou dividido. Em vários momentos, o jogo realmente impressiona no PS5: cidades futuristas cheias de detalhes, cenários de guerra bem construídos e texturas de armas e equipamentos bastante nítidas. A iluminação dinâmica também ajuda a criar climas intensos, principalmente nas fases noturnas. Mas essa qualidade não se mantém o tempo todo. Algumas cutscenes parecem superproduções, enquanto outras mostram animações faciais rígidas, lembrando títulos mais antigos. Essa diferença quebra minha imersão, como se partes do jogo tivessem sido feitas com níveis de cuidado totalmente distintos.
Mesmo assim, não posso negar que certas cenas (explosões em áreas abertas ou tiroteios em espaços apertados) são visualmente marcantes. O PS5 aguenta bem o desempenho na maior parte do tempo, embora eu tenha notado algumas quedas de FPS em zonas mais carregadas, sugerindo que a otimização ainda podia ter sido melhor.
No PlayStation 5, Black Ops 7 roda em resolução 4K dinâmica, com taxa de quadros que varia entre 60 e 120 fps, dependendo do modo. Em partidas multiplayer, o desempenho é sólido, garantindo fluidez essencial para a competitividade. Na campanha, porém, percebi quedas ocasionais de desempenho em cenários mais complexos, especialmente quando há muitos efeitos de partículas na tela. Não chega a comprometer a jogabilidade, mas é perceptível. O tempo de carregamento é rápido, graças ao SSD do PS5. Entrar em partidas ou reiniciar missões acontece em poucos segundos, o que é um alívio comparado às gerações anteriores.

Uma trilha sonora com temas militares tradicionais
O áudio de Black Ops 7 me surpreendeu positivamente. A trilha mistura sons eletrônicos futuristas com temas militares mais tradicionais, criando uma identidade própria. Nas cenas mais agitadas, a música acelera e aumenta minha tensão; já nos momentos mais escuros, predominam graves e uma atmosfera quase opressiva.
Os efeitos sonoros também contribuem muito para a imersão. Cada arma tem seu próprio timbre, e as explosões soam cheias e realistas. Jogando com fones, consigo perceber de onde vêm passos, tiros e movimentações ao meu redor, o que deixa tudo ainda mais envolvente. A dublagem, por outro lado, não mantém o mesmo nível. Alguns personagens passam emoção de verdade, enquanto outros soam mecânicos, quase como se estivessem apenas lendo as falas sem energia.
Vale a pena jogar Call of Duty: Black Ops 7?
Black Ops 7 acaba sendo um lançamento ambicioso. Forneco elogios à escala do jogo, às mecânicas mais polidas e à consistência dos modos multiplayer e Zombies. a Treyarch acertou ao aprimorar a fórmula em vez de tentar reinventá-la, e isso se reflete nas notas altas.A recepção negativa se concentra principalmente na campanha, a qual considerado superficial, exagerada e dependente demais de elementos online e de IA. Ficou evidente que o jogo se afasta do estilo que consolidou a série, o que acabará afastando uma parte significativa dos fãs mais antigos.
A decisão de não carregar cosméticos e operadores do título anterior me pareceu uma tentativa de recuperar um visual mais sóbrio e alinhado ao tom futurista proposto aqui. Isso mostra que a equipe prestou atenção ao incômodo com o excesso de skins chamativas que vinha se acumulando nos últimos anos. No fim, enxergo Black Ops 7 como um jogo marcado pela dualidade: Ele reforça uma questão antiga na indústria: até onde evoluir a fórmula agrada sem perder a essência? Resta agora observar se a Treyarch vai conseguir transformar esse lançamento turbulento em uma base sólida para o futuro, ouvindo a comunidade e ajustando o que for preciso para reconquistar a confiança dos fãs. O que me restou, foi um misto de emoções…