Tales of Xillia Remastered marca o retorno triunfante de um dos RPGs mais queridos da geração PlayStation 3, revitalizado para conquistar tanto veteranos quanto novos jogadores. A nova edição traz aprimoramentos visuais e sonoros que realçam a beleza do mundo de Rieze Maxia, sem descaracterizar a identidade que tornou o jogo um clássico moderno.
Lançado originalmente em 2011, o título se destacou por sua narrativa emocional, personagens cativantes e um sistema de combate dinâmico que combinava ação em tempo real com profundidade estratégica. Agora, em 2025, a Bandai Namco apresenta uma versão que preserva a alma do original enquanto refina sua apresentação, rodando com fluidez nas plataformas atuais. Mais do que uma simples atualização técnica, Tales of Xillia Remastered é um tributo à franquia Tales of e ao legado que ela construiu ao longo dos anos.
Com ajustes sutis, melhorias de desempenho e uma atenção especial aos detalhes, o jogo reafirma seu valor como uma das experiências narrativas mais marcantes do gênero, celebrando o equilíbrio perfeito entre nostalgia e renovação. Vale a pena a experiência? Confira em nossa review!

Um mundo rico e cativante
O jogo apresenta uma narrativa dupla que permite ao jogador vivenciar a história sob diferentes perspectivas. É possível escolher entre Milla Maxwell, uma mulher enigmática que controla quatro espíritos, ou Jude Mathis, um jovem estudante de medicina. Essa decisão muda o ponto de vista dos eventos, incentivando mais de uma jogada para compreender toda a trama. A história explora temas como dever, sacrifício e a relação entre fé e razão. Os diálogos são bem construídos, e os personagens passam por um desenvolvimento consistente ao longo da jornada. O mundo de Rieze Maxia é ricamente elaborado, com povos, culturas e conflitos políticos que tornam o universo do jogo profundo e envolvente.
Rieze Maxia continua sendo um dos mundos mais ricos e cativantes da série , marcado pela relação complexa entre humanos e espíritos, além de fortes disputas políticas. A jornada de Jude Mathis e Milla Maxwell permanece o ponto central da história, destacando-se pela química entre o idealismo do primeiro e a fragilidade quase divina da segunda após perder seus espíritos guardiões. Os embates entre os reinos de Rashugal e Auj Oule continuam intensos, conduzindo os personagens a decisões difíceis e emocionalmente marcantes. O sistema de skits segue sendo um dos grandes trunfos do jogo, trazendo leveza, humor e profundidade às interações do grupo, o que torna o enredo ainda mais humano e envolvente.
Respeito ao legado
Percebo que a remasterização de Tales of Xillia não busca mudar o que já funcionava, mas sim aprimorar o jogo para os padrões atuais. As melhorias gráficas e de jogabilidade tornam tudo mais fluido e acessível, sem alterar a essência que conquistou tantos fãs. Essa escolha mostra respeito ao legado do título e o torna ideal tanto para quem já o conhece quanto para quem está descobrindo o universo agora. Senti falta da inclusão de Tales of Xillia 2 nessa versão, mas ainda assim, o primeiro jogo se sustenta muito bem por conta própria. A experiência é completa, envolvente e suficiente para revisitar ou conhecer esse clássico. Espero que, no futuro, a sequência receba o mesmo cuidado e atenção que esta remasterização demonstrou.

Combate em tempo real
O ponto central continua sendo seu sistema de combate em tempo real. Nele, posso controlar um personagem diretamente, enquanto os demais são guiados pela IA ou por outros jogadores no modo cooperativo. A jogabilidade está mais fluida, com batalhas em 60 fps que deixam as lutas mais ágeis e visualmente agradáveis. Além disso, a remasterização trouxe melhorias de conveniência, como a possibilidade de ativar ou evitar encontros com inimigos, acesso antecipado às lojas e salvamento automático. Essas adições tornam a exploração mais leve e acessível, especialmente para quem está conhecendo o jogo pela primeira vez.
Cada personagem que controlo tem um estilo de luta bem distinto, e suas habilidades evoluem através do sistema Lilium Orb, uma árvore de habilidades que me permite ajustar atributos e técnicas conforme minha estratégia. Essa forma de progressão é prática e fácil de entender, mas ao mesmo tempo me dá liberdade para montar o grupo da maneira que melhor se encaixa em cada batalha. Outro ponto que gostei é que todos os DLCs do jogo original estão presentes nesta versão. Isso amplia bastante as opções de personalização, trazendo trajes, itens e desafios adicionais que tornam a experiência mais completa, sem prejudicar o equilíbrio do jogo.
Pacote de melhorias
O pacote de melhorias me surpreendeu positivamente e, sem dúvida, é um dos grandes destaques dessa nova versão. Tudo foi ajustado de forma cuidadosa para tornar a experiência mais fluida e prática, sem mexer na essência que tornou o jogo tão marcante. Senti que cada melhoria foi pensada para facilitar a jornada, especialmente para quem está redescobrindo o título ou o experimentando pela primeira vez.
O sistema de auto-save me trouxe uma tranquilidade enorme: não preciso mais me preocupar em perder progresso por esquecer de salvar. O dash permanente também fez uma grande diferença, já que agora posso explorar os mapas de forma mais ágil e natural. A possibilidade de usar o retry em batalhas comuns foi outro acerto: posso testar novas estratégias sem precisar refazer longos trechos, o que deixa o ritmo muito mais dinâmico.
Além disso, os indicadores de quests e baús facilitaram bastante a exploração, evitando a frustração de me perder em missões secundárias. O campo de visão mais amplo e o acesso imediato ao Grade Shop aumentam ainda mais a sensação de controle, permitindo que eu jogue no meu próprio ritmo. Tudo isso torna o remaster uma experiência muito mais agradável e moderna.

Visuais notáveis mantendo o charme artístico
Tales of Xillia Remastered traz uma melhoria visual notável, com texturas em alta definição, cores mais vivas e iluminação aprimorada. O estilo anime foi mantido, mas a nova resolução e os efeitos modernos dão um frescor ao mundo, onde humanos e espíritos convivem em equilíbrio. Os personagens também receberam retoques sutis, mantendo suas expressões e animações originais, porém com mais nitidez e fluidez. Já os ambientes, de cidades a masmorras, agora exibem detalhes mais claros e limpos, preservando o charme artístico que sempre marcou a série
Da mesma forma, a trilha sonora continua sendo um ponto alto, equilibrando momentos épicos e emocionais com maestria. As músicas originais foram mantidas, mas agora contam com mixagem aprimorada e som mais nítido, oferecendo uma imersão ainda maior. Os efeitos sonoros receberam atualizações para as novas plataformas, e as dublagens em inglês e japonês seguem de excelente qualidade, transmitindo bem a personalidade dos personagens. Além disso, o som ambiente foi refinado, fortalecendo a imersão em cada local do jogo.
Vale a pena jogar Tales of Xillia Remastered?
Tales of Xillia Remastered encerra sua jornada reafirmando o valor de um clássico que envelheceu com graça. Mais do que um simples relançamento, o jogo funciona como uma carta de amor aos fãs da franquia e um convite para que novos jogadores descubram o que tornou Xillia tão especial. A remasterização aprimora o que já era excelente, trazendo fluidez aos combates, visuais atualizados e uma trilha sonora que continua encantando com sua força emocional.
O cuidado da Bandai Namco em preservar a essência do original é evidente. Não há tentativas de reinventar o que já funcionava, mas sim um refinamento que respeita o ritmo, a atmosfera e o coração da obra. Essa atenção aos detalhes garante que o jogo permaneça fiel à sua identidade, ao mesmo tempo em que oferece conforto técnico e acessibilidade para o público atual.
No fim, Tales of Xillia Remastered é um lembrete do porquê os JRPGs continuam cativando gerações: por sua capacidade de unir narrativa, emoção e estratégia em uma experiência memorável. Celebra o legado da série e prova que a boa arte não precisa ser reinventada para continuar relevante: basta aprimorá-la com respeito e paixão.