Se você já se imaginou vivendo uma aventura onde o rock’n’roll encontra a destruição em uma mistura explosiva de caos, muita ação e humor ácido, Deliver At All Costs entrega exatamente isso — e com um tempero à moda antiga, diretamente de 1959. Aqui, você não é o herói bonzinho que salva o dia, mas sim Winston Green, um entregador maluco, cheio de defeitos, problemas e um passado que vai desfiando no meio do caos. O objetivo? Fazer entregas absurdas, insanas e, claro, sempre com uma boa dose de destruição e imprevisibilidade.
Winston Green: cabeça quente e mão na graxa
Winston é o tipo de cara que parece estar sempre no limite da paciência. Ele fala pouco, vive com cara de quem já tá de saco cheio, e não tem tempo pra bobagem. E sinceramente? Isso faz total sentido com a vida que ele leva.
Ele era engenheiro, tinha uma vida aparentemente comum, mas algo deu errado no caminho — e hoje ele tá aí, dirigindo caminhões caindo aos pedaços pra entregar cargas que ninguém mais aceitaria. Tipo peixe gigante se debatendo, ou frutos podres tentando dar golpe em estabelecimentos. E o pior: ele vai mesmo porque precisa de um emprego.
O que eu mais gostei nele é que ele é muito criativo. Conforme você joga, vai montando engenhocas absurdas com peças achadas no mundo, tipo guindastes improvisados, portas hidráulicas e outros troços que facilitam muito na hora das entregas. É aquele tipo de cara que resolve tudo com uma chave philips, sabe?
O Desafio de Domar o Caos
Uma das coisas que mais chama atenção em Deliver At All Costs é a física dos veículos. No começo, a sensação pode ser frustrante — os controles são pesados, as cargas parecem ter vida própria, e qualquer erro pode fazer você perder tudo. Mas essa dificuldade não é gratuita; ela recompensa quem insiste e aprende com a experiência.
Com o tempo, você começa a entender como cada veículo se comporta: o peso, o equilíbrio, a maneira como a carga reage às curvas e aos solavancos. E o mais louco é que nem toda carga é passiva — algumas, como aquele marlin gigante que fica se debatendo no caminhão, parecem até ter vontade própria. Isso deixa tudo imprevisível e faz com que você tenha que estar sempre ligado, planejando rotas com cuidado e usando as engenhocas que cria na oficina para segurar as entregas.
Outra coisa que merece destaque é a câmera isométrica, que funciona muito bem para o estilo do jogo. Você pode girar o ângulo em até 30 graus para um lado ou para o outro, o que ajuda muito na hora de enxergar melhor o ambiente e planejar suas manobras. Essa flexibilidade na visão ajuda a evitar algumas das frustrações iniciais e ainda dá um charme extra à experiência, porque você vê o caos acontecendo de um jeito diferente e mais estratégico.
Oficina de Winston
Nem tudo é acelerar e destruir. A mecânica de oficina traz uma camada bastante essencial para o sucesso. Conforme você explora o mundo, coleta peças e projetos que podem ser usados para criar engenhocas úteis, como guindastes e portas hidráulicas, que ajudam a superar obstáculos e tornar as entregas mais seguras.
Essa parte do jogo exigiu que eu pense além da direção e faça bastante side-quests e explore bastante em busca de projetos com outros personagens, envolvendo criatividade e planejamento. É uma pausa bem-vinda no caos das entregas, onde você se sente um verdadeiro engenheiro improvisando soluções.
A dificuldade está bem calibrada — o jogo não te dá nada de mão beijada, mas também não é injusto. Cada missão concluída traz uma sensação de conquista real, porque você sente que realmente venceu o desafio, não só completou uma tarefa.
O Mundo dos Anos 50
O cuidado com a ambientação é muito icônico. O jogo traz um visual que não é só bonito, mas que captura a essência dos anos 1950 — desde os carros, roupas, arquitetura até a interface e os sons do rádio, que tocam anúncios e músicas que nos transportam para a época.
Essa imersão sonora é um destaque: a trilha sonora tem aquele ritmo frenético e divertido que casa perfeitamente com a destruição, e os anúncios de rádio com voz autêntica criam um pano de fundo perfeito para a aventura maluca do Winston.
Deliver At All Costs é caos com propósito
Esse jogo é para quem não tem medo da bagunça e gosta de desafios que envolvem mais do que só habilidade no volante — requer estratégia, paciência e criatividade. Ele mistura uma narrativa intrigante, um personagem complexo e um mundo que responde às suas ações, tudo isso embalado num visual e som que fazem você se sentir dentro de 1959.
É uma experiência única que vai além das entregas, trazendo humor, tensão, destruição e uma imersão que poucos jogos conseguem alcançar. Se você quer um jogo que te jogue no meio do caos e te faça rir, pensar e se frustrar (mas de um jeito divertido), Deliver At All Costs é uma aposta certeira.